quarta-feira, 4 de maio de 2011

Angústia



(Imagem: Anxiety; Edvard Munch)



No ventre fecundo
De idéias alheias
Que engloba vidas,
Diferencia sonhos,
Sublima o encontro
Do eu no outro,
Em cada olhar
Que me atravessa...
Estou no que grita,
Que canta em noite fria,
No que se cala com o dia,
Ou à morte aos poucos
se entrega.


26 de Fevereiro de 2010.

Vestida de luz



(Imagem: Mulher Vestida de Luz; Autor: Dominique LeComte)



Vestida de luz


Caminhar soslaio de tão pura menina,
Em pequenos passos a ressoar,
Diante de olhos distantes e famintos
Tão longe que a infante não pudera notar.

Cantava e pulava lúdica, distraída,
E os olhos a segui-la por tudo o caminho,
Desejando a pele doce e sadia.
Tocar os cabelos em tal desalinho.

Notam então no sorriso a malícia,
Da menina a dançar em suave brisa.
Rodopia a bela enquanto a noite silencia.
E aos olhos ocultos; do amante castiga.

A luz da lua punge-lhe os seios,
A chamarem para si toda atenção...
Convidam os olhos a bailar em enleios.
Com o ritmo aumentado do coração.

Despiu-se agora a bela menina,
Os olhos sedentos são, só coração.
Sequiosa boca se encontra na dança!
O peito arrebenta de tanta emoção.

Corpo divino, de casta alvura,
Balança e aquece o pensar do amante,
A menina vestida com luz da lua
Faceira diverte-se com o olhar errante!